SALAME COM ALHO

Isso não é salame com alho.
É alho no lugar certo.

Quando o alho aparece para marcar —
não para dominar.

Muita gente acha que salame com alho é exagero.
E tem razão —
quando o alho é usado pra esconder erro.

Aqui não.

Aqui o alho entra porque o salame aguenta.
Porque a carne tem estrutura.
Porque a cura resolve.

O alho não corrige.
Ele reforça.

Enquanto muitos tratam o alho como tempero agressivo,
aqui ele é ferramenta de profundidade.

Ele entra cedo.
Trabalha junto com o tempo.
Perde a aspereza.
Ganha aroma.

Não sobra “gosto de alho”.
Sobra personalidade.

O segredo não está na quantidade.
Está em como o alho é preparado e quando entra.

🔹 Carne com sabor suficiente para sustentar o alho
🔹 Gordura que carrega aroma sem pesar
🔹 Alho selecionado, tratado para não amargar
🔹 Distribuição uniforme, sem picos
🔹 Cura lenta que transforma o alho em fundo de sabor

Aqui, o alho não chega cru.
Ele amadurece.

No corte, o aroma aparece primeiro.
Quente.
Convidativo.

Na boca, o salame entra equilibrado.
O alho surge no meio.
E fica no final —
redondo, limpo, sem agressão.

Não invade.
Não cansa.
Assina.

Antes:
Salame com alho como gosto forte demais.

Depois:
Salame com alho como preferência.
Como escolha de quem gosta de sabor com identidade.

Depois desse,
alho mal usado parece erro básico.

Esse salame não é para quem foge do alho.
Nem para quem exagera.

É para quem entende que sabor marcante também pode ser elegante.

Não é salame para disfarçar.
É salame para assumir.

Porque quando o alho entra no ponto certo,
ele não toma o lugar do salame.
Ele faz o salame ser lembrado.